Resenha: O Segredo de Emma Corrigan

maio 21, 2013





Todo mundo tem segredos. São opiniões, medos, lembranças e fantasias guardadas a sete chaves, onde ninguém possa mexer. No livro O Segredo de Emma Corrigan, de Sophie Kinsella (autora da série Becky Bloom), a personagem principal fica em grandes apuros quando uma pessoa sabe tudo a seu respeito. 

Emma, de 25 anos, mora em Londres e é assistente de marketing da Corporação Panther, cujo carro-chefe são bebidas não alcoólicas. Após uma desastrosa reunião de negócios na Escócia, ela, que morre de medo de voar, entra em pânico quando o avião em que está enfrenta turbulência. Para piorar o seu estado, os avisos de “apertem os cintos” são ligados, há pessoas rezando e uma das aeromoças está enxugando sangue do rosto. Ah meu Deus, ah meu Deus, pensa Emma, estamos caindo. Desesperada, sentindo os efeitos das doses de vodka que tomou no bar do aeroporto, e insatisfeita com o rumo que a sua vida tomou até então, começa a contar seus segredos mais íntimos para o sujeito ao lado, um americano de jeans e suéter. Abaixo, exponho alguns deles. 

Acho que nunca me apaixonei de verdade. E não sei se tenho um ponto G.

Perdi minha virgindade no quarto de hóspedes com Danny Nussbaum, enquanto mamãe e papai assistiam a Bem-Hur no andar de baixo.

Já bebi o vinho que papai mandou guardar por vinte anos.

Tenho um código secreto com a Katie, do departamento pessoal. Ela vem e me diz: “Posso checar os números com você, Emma?” E na verdade significa: “Vamos dar um pulo na Starbucks”.

Coloquei no meu currículo nota A na prova do GCSE (General Certificate of Secondary Education, exame de qualificação inglesa), mas na verdade só tirei C. Sei que foi desonesto, sei que na verdade eu não deveria ter feito isso, mas queria tanto conseguir o emprego”. 

Por um bom tempo Emma continua revelando seus segredos mais tórridos (são muitos) até que, para sua felicidade (ou não), o avião pousa em segurança. Não que sobreviver não seja bom, é claro, mas convenhamos que a situação é um pouco constrangedora. Quer dizer, agora um estranho a conhece mais do que ninguém. Mas tudo bem, afinal ela nunca mais verá o cara, certo? Bem, não exatamente. Como ela descobre mais tarde, o tal americano é alguém com cargo de grande importância na Corporação Panther.

O que acontece depois? Só lendo para saber. Não vou narrar o livro inteiro porque perde completamente a graça. Mas posso adiantar que os acontecimentos a seguir são bem inusitados. Emma é uma personagem adorável, gente como a gente, mas que tem alguns probleminhas de personalidade. De tanto guardar algumas opiniões para si, ela acaba permitindo que algumas pessoas façam pouco de sua capacidade.

A Sophie Kinsella, que já tinha me ganho com a fofa da Becky Bloom, escreveu uma história bem leve e divertida. Mas, diferente do que houve com o Luke, em Os Delírios de Consumo de Becky Bloom, eu não me encantei com o par romântico da Emma. Não que ele não tenha seu charme, é só que não faz o meu tipo. Fora isso, a virada da personagem principal é ótima e a forma como ela lida com alguns desastres mostra o quanto ela amadureceu na trama. 

Há alguns anos, circulam boatos de que o livro seria adaptado para o cinema, com a Kate Hudson no papel da Emma. Pelo que eu li em alguns blogs, a Paramount já teria até comprado os direitos da obra, mas até agora nada. É uma pena porque a história daria um ótimo roteiro. Por ora, indico a leitura. Ah, e cuidado para quem vocês contam seus segredos. rs

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