O que fazemos do nosso tempo?

setembro 01, 2016

Somos folhas ao vento, pensei após saber da notícia do falecimento de um querido tio. Na madrugada escura e silenciosa que se sucedeu à notícia me peguei refletindo sobre a brevidade da vida, escolhas e sobre o sentido de tudo isso.
Nosso corpo é um templo frágil cheio e possibilidades. Repleto de delicadeza e intensidade. 

Nossa mente é infinita e não saberemos ainda de todas as nossas capacidades quando fatídica hora chegar. Sentiremos sempre que não há tempo suficiente. Não há tempo ou estamos desperdiçando-o?  

Nossa única certeza nessa jornada é ignorada todos os dias, sobretudo, quando insistimos em comportamentos que nos afastam de quem amamos e que nos arrastam para cada vez mais longe de nós mesmos.

Eu, você ou aqueles por quem temos afeto não somos mais os mesmos de semanas, meses ou dias atrás. Somos o somatório das nossas vivências e guardamos a essência que nos impulsiona a seguir em frente. Encarando a brevidade de nossa história poderíamos dar mais chances aos outros e à nós mesmos de dizer o que sentimos e de fazer a diferença nesses pequenos universos de emoções e sentimentos. 
Somos muito futuristas. De fato deixamos muitas vezes o afago de lado para dar abertura à indiferença e à dureza dos corações. Isso é justo consigo e com os outros? Mas o que é justo afinal?
Sim. Isso mexe profundamente com nossas certezas e questionar-se é abrir possibilidades para enfrentar a si próprio e fazer as pazes com você e com os outros. Perdoar os outros e a si mesmo pode ser mais libertador que outra coisa nessa vida. 
Sem falso moralismo, deixar que a magoa se vá só tende a fazer bem. Mas se tiver de perdoar tem que ser com o coração totalmente disposto a se desfazer do que é mesquinho e te consome.
Não há receita e não há perfeição. Cada um vai levando a seu tempo e fazendo o que acredita ser melhor. A sabedoria de seguir em frente sem ferir os limites alheios é que lhe fará resistir as tempestades emocionais as quais estamos expostos.
E não estamos prontos. Não estamos nunca prontos para dizer adeus, para deixar ir, para o inesperado e interrompido. Mas somos capazes de agir de modo sincero. De expressar amor e de nos refazermos no pó de nossos sentimentos.
O nosso casulo de cada dia vai ficando mais apertado: É hora de sair e abrir as asas. É tempo de pedir e dar perdão. É tempo de apreciar as flores de setembro. É tempo. Vamos fazer o nosso tempo. E como diria Tolkien através do poderoso Mago:


"Tudo o que temos de decidir é o que fazer com o tempo que nos é dado".
Gandalf, O senhor dos Anéis.
Beijocas e afeto, Lindezas! 
Tô de volta!




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